quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

RECID - Pé dentro, pé fora na ciranda da Educação Popular

QUARTA-FEIRA, 8 DE DEZEMBRO DE 2010


Carta aos Recidianos


Luziânia GO, 8 de dezembro de 2010.







Amigos recidianos de todo o Brasl.

Fazemos esse breve relato para que possam também vocês que não estão aqui, entenderem pelo menos um pouco ou uma pequena parte doque tem sido a 3ª Ciranda de Educação Cidadã e 10º Encontro Nacional da RECID.

O dia de hoje teve incício bem cedinho. Logo depois de tomar esse maravilhoso café preparado com muito amor pelas companheiras daqui da Cháraca do CIMI fomos visitar a nosso pé de Cajamanga. Lembram de tê-la plantado na 2ª Ciranda? Pos bem, hoje, nós cirandeir@s, reforçados pela energia dos companheiros participantes do 10º Encontro Nacional fomos olhar para nossa obra – nossa Cajamanga.

Juntos vivenciamos aquele momento de contemplação, e sabem de uma coisa?Percebemos que já eramos outros, não só em virtude de estarmos agora em maior número do que na ocasião em que a plantamos, mas porque percebems que nos transformamos depois daquilo.Somos educadores enriquecidos pelas experiências que vivemos desde então. Somos outros por termos acumulado conhecimento, prático e teórico. Porque é assim esse processo dialético de contrução do conhecimento:um pouco fora um pouco dentro. Somos fazedores de mundo; fazedores e cuidadores e como tal cuidamos de nossa Cajamanga, nossa Sistematização, nós e outros. Nossotr@s .

Assim com o compromisso de quem conhece seu papel de protagonistas da história nos debruçamos diante do mundo para entendê-lo e para agir nele, foi o dia da Análise da conjuntura.
Compartilhamos muitos olhares e sentimentos contraditórios em alguns momentos mas todos explicáveis coerentemente se aceitarmos o ponto de vista do outro, que também é e faz mundo.
No mais está muito parecido com a 2ª Ciranda:Plenária critica, assessessoria competente, coordenação simpática ....concluíndo, concluíndo...e reunião, reunião...
E no final do dia ainda tem avaliação!

Por vezes exaurimos nossas forças, mas sabemos que tudo isso é necessário para fazermos nossa sistematização.


Sandra Sangaletti - Integrante da Rede de Educação Cidadã de Santa Catarina

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O Mito da dona da água

Abuela Grillo from Denis Chapon on Vimeo.


O mito da dona da água

Esta é uma história que é contada milenarmente pelo povo Ayoreo, da Bolívia. Dizem eles que no principio havia uma avó, que era um grilo chamado Direjná. Esta avozinha era a dona da água e por onde quer que ela passasse com seu canto de amor, a água brotava. Um dia, os netos pediram que ela fosse embora e ela partiu, triste. Mas, na medida em que ia sumindo, também a água ia embora. Neste vídeo, a história se atualiza e na sua viagem para lugar nenhum a avó é encontrada pelos empresários que a aprisionam e fazem com que ela faça a água cair apenas nos seus caminhões pipa. Então, eles vendem a água. O povo passa necessidade e sofre. A avozinha também sofre. Até que um dia, o povo entende que é preciso lutar. Então….

Vale a pena ver essa beleza de desenho animado, que representa a poderosa luta dos povos originários contra a mercantilização da natureza.

A produção foi feita na Dinamarca, por The Animation Workshop, Nicobis, Escorzo, e pela Comunidade de Animadores Bolivianos. O trabalho de desenho foi realizado por oito animadores bolivianos, dirigido por um francês, com música da embaixadora da Bolívia na França, e a ajuda de um mexicano e uma alemã. Todo juntos na defesa dos recursos naturais.

(Copiado e colado do blog "Palavras Insurgentes" de Elaine Tavares

domingo, 24 de outubro de 2010

Verás que um filho teu não foge á luta!

DILMA 13





Para o Brasil seguir mudando.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mais um passo rumo a organização comunitária...

Educadores Populares da RECID Florianópolis se reuniram no dia 28 de julho com o objetivo de estabelecer coletivamente uma estratégia de atuação na região.

Nosso encontro iniciou com uma brincadeira em grupo, na qual todos os envolvidos na rede ao se darem conta de que ela estava emaranhada buscavam se desenrolar sem que nenhum nó se desfizesse. Esse momento nos provocou muitas reflexões acerca das nossas práticas no dia a dia da luta comunitária, principalmente a necessidade de reconhecermos que somos diferentes e que cada um tem um ritmo diferente que precisa ser respeitado pelo outro,que agindo coletivamente temos maiores chances de chegarmos ao bem comum, que é necessário cooperamos com o outro para atingirmos nossos objetivos.

Assim, tendo presente a idéia de que nossas decisões visam o coletivo e que é a partir do entendimento que esse coletivo tem de si mesmo e do mundo que conversamos sobre o objetivo do trabalho da Rede de Educação Cidadã em Florianópolis.
Todos participaram com grande entusiasmo e as falas trouxeram muita informação sobre a experiência que cada um acumulou na sua caminhada de luta com o povo, suas idéias, seus princípios.

Algumas falas relataram o tipo de relação que as lideranças têm com a sua comunidade e da comunidade com a sua associação: “os associados elegem uma diretoria e delegam ao presidente toda a responsabilidade para resolver os problemas da comunidade”; “é como se elas não fossem a associação”; “na hora de brigar pelos seus direitos elas não participam deixam isso a cargo do presidente ou da diretoria”; “é preciso envolver as pessoas na associação para unir a comunidade”, “as lideranças necessitam de formação para atuarem respeitando as necessidades da comunidade e não pautando-a; é preciso usar o que eles trazem”.
Destacou-se a importância de se fazer junto com a comunidade,afirmando que nosso trabalho só tem sentido se dialogar com a verdade do outro.
Esse momento foi de grande importância para identificarmos o nosso 
objetivo que ficou assim sistematizado:

Promover um processo de formação tendo como ponto de partida a apropriação da realidade local, na forma de identificação das demandas e potencialidades, tendo como princípio o diálogo na construção uma síntese coletiva visando à superação das dificuldades identificadas e o fortalecimento comunitário no qual os envolvidos se reconheçam enquanto sujeitos críticos de transformação”.

Tendo presente que o trabalho comunitário só tem sentido se este levar em conta as necessidades sentidas dos sujeitos envolvidos no processo de transformação é que iniciamos outra rodada de conversa a fim de combinarmos uma forma de atuação.

Assinalamos anteriormente que o processo de transformação é obra de sujeitos então seria contraditório que pessoas que não tem relação com a vida na comunidade agissem por elas(em vez delas). Entretanto estaremos juntos com as lideranças e a comunidade a fim de apoiá-los nas atividades de formação e na preparação para as lutas.

Reconhecemos que somos ainda em número reduzido e que seria impraticável que estivéssemos presentes em todas as comunidades. Lançamo-nos o desafio de ampliar o grupo. Mas como ampliar?Chamaremos pessoas de outras comunidades?Pode ser que sim, mas é necessário chamar pessoas das nossas comunidades para estarem junto no processo. Afinal precisamos dividir as responsabilidades para não ficarmos sobrecarregados.
Como iremos mobilizar mais pessoas da própria comunidade para fazer parte do grupo?

As respostas foram bastante diversas como: “poderemosconvidar pessoas mais importantes da comunidade”, “realizar atividade na comunidade que as empolgue”, “ainda não posso convidar porque não sei bem para que convidar”, “agente chama, mas eles não vêm”, “eu posso trazer várias pessoas da comunidade, mas agora não”.

Avaliamos que temos que conversar mais sobre como atuar e agendamos uma nova reunião para assim continuar o debate.

Núcleo RECID Florianópolis


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Rede de Educação Cidadã

No dia 05 de julho de 2010, atores sociais do movimento comunitário, do movimentos de mulheres,  de organização não governamental, de cooperativa de economia solidária, conselhos de direito se reuniram na Escola Sindical Sul em Florianópolis com o objetivo de se reapresentar e conhecer a  Rede de Educação Cidadã. A tarde foi muito enriquecedora pois trocamos muitas experiências e nos animamos com  uma nova possibilidade de articulação em rede.

Logo no início fomos provocados a refletir sobre as situações de opressão que vivenciamos na sociedade com a historia do Menino e a Flor, que fora desde criança, doutrinado pela educação bancária a realizar somente o que lhe era dito para fazer, reprimindo seu talento criativo. Nesse momento fomos incentivados a escrever em cartões coloridos uma palavra ou frase que significasse o tipo de opressão que sofremos ou que constatamos na nossa sociedade. As palavras/frases comprar, obedecer as regras, ficar quieto, assistir a televisão, omitir direitos, não reclamar foram escritas nos cartões e aderidas ao menino, logo em seguida fomos desafiados a propor um modo de libertação ao que alguém responde sugerindo que a libertação deve começar pelo próprio menino conscientizando-se da situação de opressão. Logo mais outro diz que devemos buscar a organização dos excluídos. E assim vivemos emocionados esse momento em que todos contribuíram coletivamente para o desvelamento da realidade.

A cada momento éramos chamados a refletir sobre nossa condição na sociedade como no momento da apresentação dos participantes em que juntamente com os nomes conhecíamos parte da história de militância e de vida de cada um, cada uma.

E seguimos conhecendo as experiências que a RECID vivenciava no nosso estado. 

Primeiramente a Elisiane e o Waldemar, educadores populares de São Miguel do Oeste, fizeram uma linda apresentação do trabalho que eles e mais a Carolina que atua em Chapecó estão desenvolvendo com um grupo de adolescentes e a comunidade em geral promovendo o acesso à cultura, encontro da comunidade, fortalecimento das discussões comunitárias,reconhecimento dos envolvidos enquanto sujeitos de transformação e organização popular.Logo após foi o momento de conhecer o trabalho realizado em São Miguel do Oeste onde a atuação é em cinco comunidades carentes do município  e lá os grupos estão colocando  em prática a metodologia de educação popular crítico-freireana sendo que o processo é vivenciado em três momentos  sendo o primeiro a Análise da realidade local (o que tem de bom, o que precisa melhorar na comunidade), o segundo é a Rodada de escuta – escolha de representantes da cada comunidade para acompanhar a oficina nas demais comunidades  e culmina no  Oficinão -  com representantes de cada um dos grupos e parceiros.

A tarde estava animadora e queríamos saber mais, a fome estava batendo mas o café atrasou e aproveitamos para conhecer a experiência de São Joaquim que o Tomás nos trouxe. As maçãs no seu slide nos fez salivar, mas nos concentramos e nossa! ... como foi interessante conhecer uma realidade tão diferente da nossa, mas também com coisas em comum! O Tomás trabalha com agroecologia familiar, com grupos de cooperativa de artesanato, com alunos de escola pública. Que interessante aquele projeto de beneficiamento de uva que tem que ser coletivo!Não pode ser de particular, que informação importante!Foi enriquecedor e isso nos suscitou muita curiosidade fomentou muitas idéias.

Lamentamos não poder conhecer a experiência de Blumenau pois o educador de lá não chegou a tempo de apresentá-lo pois teve problemas no trajeto.

Enfim o café ficou pronto e fomos todos saborear as delícias e bater um papinho com os colegas .
Retomamos as atividades com a apresentação da educadora popular da Comissão Nacional Gisele que nos falou da metodologia de educação popular freireana. Foi muito interessante mas o tempo não foi suficiente para saber muito sobre essa educação libertadora. Será necessário mais alguns encontros para que nós possamos nos apropriar desse conteúdo.

A dinâmica de trabalho foi muito divertida com destaque para os momentos de animação em que cantamos músicas que ajudaram a contar a nossa história de lutas entoadas pelo violão.
Vivemos em uma sociedade fundada no individualismo e isso faz com que as pessoas tenham muita resistência em participar de grupos que visam o bem coletivo e por ficarem isoladas estão mais sujeitas a serem manipuladas pelos outros principalmente através dos meios de comunicação que estão a serviço do grande capital.

Identificamos os acontecimentos que denunciam a opressão, quem são os sujeitos envolvidos e o local onde acontecem.

Enfim, estamos conscientes de que é preciso trabalhar para que nos libertemos dessa situação opressora, mas ainda necessitamos de mais momentos como este para estabelecermos termos mais claros para o trabalho. Agendamos uma data para nos reunirmos e conversarmos mais sobre o assunto.

Ao final concluímos que nossa luta ganhou força com a RECID. As palavras esperança, atitude, libertação, amor, compromisso foram ditas enquanto em circulo e de mãos dadas ouvíamos uma linda música, muito velha de guerra mas que ainda nos emociona e aderimos a ela cantando em coro.